[Esse texto pode conter spoilers. Mas eu que não vou me desculpar por dar spoiler de um filme lançado há quase 30 anos.]
A humanidade raramente é unânime em relação a algum assunto. Sempre tem alguém - ou vários alguens - pra discordar da maioria. O formato do planeta, a eficiência da vacinação, a gravidade do coronavírus, nada disso gera concordância total entre os seres humanos. Mas, de longe, uma coisa que quase todo mundo concorda é que cinéfilo é chato.
Por isso, sei que estou me arriscando ao escrever sobre um dos filmes mais falados de um dos diretores de cinema mais renomados. Porém, gostaria de deixar bem claro que não pretendo em nenhum momento fazer uma análise crítica coerente e bem estruturada de tal obra cinematográfica. A não ser que isso vá irritar algum cinéfilo. Aí nesse caso é exatamente isso que eu estou fazendo.
Muito se fala que Tarantino é superestimado. Sobre isso eu não posso falar. Mas Pulp Fiction é: bem bom. Talvez um pouco longo - eu assisti 1 hora e meia de filme, tirei um descanso, fiz um lanche, e voltei pra assistir o resto - mas bem bom.
O filme gira em torno de três núcleos principais, todos interligados (o que é genial): a história de dois assassinos profissionais, a de um pugilista e a de um casal de assaltantes.
Um dos melhores conceitos do filme pra mim é o cara mandar outro cara sair com a esposa dele enquanto ele vai estar ocupado. Pra mim Tarantino basicamente criou a masculinidade-não-frágil com essa situação.
O segundo melhor conceito do filme é consequência dessa situação, que é quando a Mia tem uma overdose e o Vincent leva ela pra casa do traficante que vendeu a droga. O que me parece ter sido sim a melhor decisão a ser feita nesse momento.
Pulp Fiction é acima de tudo engraçado. Jules e sua fé no divino, as conversas dele com Vincent, o assassinato “acidental” (há controvérsias) de Marvin, o assalto do Pumpkin e da Honney Bunny, tudo é muito bom.
Menos uma parte específica. A parte que o Butch e o Marsellus foram presos por uma galera bizarra que faz coisas além de bizarras.
Inclusive, nem todo mundo sabe, mas o subtítulo do filme no Brasil (“Pulp Fiction - tempo de violência”) se deve especificamente a essa parte. Mas não pelo motivo que se imagina de primeira. Essa parte foi uma violência - principalmente psicológica- ao espectador.
Enfim, vale super a pena assistir. Você se diverte bastante por 2 horas e meia e ainda pode pagar de cult no final.
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